ADEMI-BA – O que faz mais sucesso
hoje: novos lançamentos ou o mercado
secundário?
JTS -
Émuito comum ver grandes anúncios
em quase todas as mídias de novos lança-
mentos. Aparentemente, este nicho movi-
menta muito o mercado, mas isso não é
realidade. O imóvel avulso continua à frente
no ranking de vendas. Atualmente, 53%das
vendas são de imóveis avulsos. Esse número
de quase equivalência – 53% avulsos e 47%
novos – está relacionado com a compra e
venda. Geralmente, quando alguém compra
um imóvel novo está vendendo o seu antigo,
e desta forma movimento um setor. Outro
fator que faz com que os imóveis secun-
dários estejam despontando é a relação do
custo benefício, já que, muitas vezes, este é
20% mais barato que o na planta.
ADEMI-BA – Qual o perfil do imóvel
mais procurado?
JTS -
Os apartamentos de um, dois ou até
três quartos e casas pequenas são os imó-
veis mais procurados. O perfil da família
brasileira (que está menor) é influenciador,
mas o que influência mesmo é que estes
espaços são considerados investimentos
mais seguros. É mais fácil alugar um imóvel
menor, e isso ajuda a pagar o investimento.
O investidor pode pulverizar o dinheiro e
em vez de comprar um imóvel grande, pode
dividir o dinheiro e adquirir três unidades
menores que poderão gerar lucro.
ADEMI-BA – A oferta de crédito imobi-
liário tem avançado? Ela é determinante
em que proporção?
JTS -
Atualmente, existe crédito imobiliário
para todas as faixas no Brasil. Há financia-
mentos populares, FGTS, entre outros.
Hoje, as vendas financiadas representam 56% do total, isso
representa um avanço da área.
ADEMI-BA – Omercado nordestino, em especial o baiano,
possui peculiaridades? Quais seriam elas?
JTS -
A Bahia é um destino turístico com muitas atrações. Só
este fator já apresenta uma das peculiaridades que se distingue
do resto do país. Além disso, espacialmente o estado é o pri-
entrevista
>> João Teodoro da Silva
meiro do Nordeste, o mais próximo do
centro econômico-político do país. Sem
falar que o baiano é conhecido pela forma
de recepcionar o turista, pelas festas. Isso
atrai os mais diversos tipos de investidores.
ADEMI-BA – Como o setor vem se com-
portando na região e no estado? O cená-
rio é de crescimento ou desaceleração?
JTS -
O setor segue a tendência nacional.
Omercado imobiliário brasileiro continua
com potencial de expansão, ainda que o
prazo de comercialização das unidades
tenha aumentado e os preços praticados
no setor venham se retraindo.
ADEMI-BA – O momento eleitoral
interfere?
JTS -
O momento eleitoral interfere na
economia como um todo. Mas no mer-
cado imobiliário não. Nunca vimos uma
interferência direta. Atualmente, qualquer
governo que entre deve pensar em gerir um
plano econômico que preserve a liberdade
do mercado. Isso já acontece e acredito
que será mantido pelo próximo governo.
ADEMI-BA – As transformações do
mercado exigiramumamudança de perfil
do corretor? Como deve ser o profissional
hoje?
JTS -
A profissão de corretor de imóveis
está há 52 anos no mercado e, desde a
década de 1970, existe o curso técnico.
A partir dos anos 2000 foi criado o curso
superior (Gestão de Mercado de Imóveis)
na área. Uma das nossas bandeiras é a
luta pela formação superior obrigatória. A
pessoa que trabalha com este mercado deve
estar por dentro de questões econômicas,
políticas e etc. Apesar disso já acontecer
naturalmente – atualmente, 80% destes profissionais possuem
nível superior – precisamos regulamentar a obrigatoriedade
do diploma. Desta forma, novas ideias e projetos poderão ser
encabeçados e apontarão o destino que o setor deve tomar.
Com o advento de novas tecnologias o mercado imobiliário
mudou a forma de se vender. É necessário que o corretor busque
em sua formação se familiarizar com este novo modo de fazer
negócios. Hoje, a internet funciona como uma nova plataforma
que facilita e abrange os seus negócios. Saber investir bem nesta
área é o principal desafio da profissão.
“O mercado
imobiliário
representa cerca
de 18% do PIB
brasileiro e é o
termômetro da
economia, um
espelho onde as
pessoas buscam
informações
sobre o cenário
e a radiografia
de um país.”
16
