Page 17 - RevistaADEMI 53

This is a SEO version of RevistaADEMI 53. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »

“... há políticas que poderiam acelerar o crescimento da produtividade. Menor regulação,

maior abertura comercial, investimento mais elevado, principalmente em infraestrutura...”

desacelerou para cerca de 1% ao ano no período mais recente. Agora que a taxa de desemprego está nas mínimas históricas, será difícil fazer o emprego crescer mais que a população.

Por outro lado, o crescimento da produ-tividade, que chegou perto de 2% ao ano na segunda metade da década passada impulsionado pelas reformas de anos anteriores, se reduziu a menos de 1% ao ano nos últimos anos.

Neste sentido, uma expansão da ordem de 2-2,5% ao ano não chega a ser sur-presa, nem resquício da crise mundial. É resultado direto da baixa expansão da produtividade.

ADEMI-BA – Mesmo com o baixo crescimento, o Brasil dá passos dentro do que é possível andar ou poderia dar passos mais largos?

Alexandre Schwartsman - Hoje é dentro do possível, tanto que não se observa grande “folga” na economia, certamente não no mercado de trabalho e não no que tange à infraestrutura. Isto dito, embora não se possa mudar a demografa (pelo menos não muito rapidamente), há polí-ticas que poderiam acelerar o crescimento da produtividade. Menor regulação, maior abertura comercial, investimento mais elevado, principalmente em infraestrutura, poderiam acelerar esta variável crucial, se não em prazo muito curto (1 ano ou 2), ao menos num prazo um pouco mais elástico (3 a 5 anos).

ADEMI-BA – As manobras fscais do governo vão mesmo contribuir efetiva-mente para que o país saia do “inferno astral” apontado pelo ministro da Fa-zenda? Haveria outra saída?

Alexandre Schwartsman - Em primeiro lugar, não há “inferno astral”. A piora fscal resultou de políticas intencionais de redução do superávit primário, principal-mente pela elevação dos gastos correntes. E, não, manobras fscais não são a solução do problema; pelo contrário, só o agravam. A saída, improvável por razões políticas,

entrevista

>> Alexandre Schwartsman

envolveria austeridade, isto é, redução dos gastos correntes como proporção do PIB, a mesma política que – proposta em 2005 pelo então ministro da Fazenda, Antonio Palocci – foi classifcada como “rudimentar” pela então ministra da Casa Civil, que, por destas ironias da vida, é agora a presidente que tem que conviver com esta política fscal lamentável. Seria bom que ela tivesse aprendido a partir da experiência, mas, francamente, eu não contaria com isto.

ADEMI-BA – Quais as perspectivas reais de crescimento para este ano e para 2014?

Alexandre Schwartsman - Em 2013 o PIB deve crescer ao redor de 2,5%. Este ano, entre 2-2,5%. Em ambos os casos, nada muito distante do máximo que po-demos no momento.

ADEMI-BA – Como a recuperação da economia de alguns países da Comuni-dade Europeia e dos EUA deverá refetir diretamente no nosso crescimento este ano e em2014? Esta retomada será lenta?

Alexandre Schwartsman - Não deverá. No caso, tanto a UE como os EUA deverão se recuperar de forma modesta, embora os EUA bem à frente. Isto pode dar algum impulso às exportações, mas a verdade é que as restrições ao crescimento brasileiro

22

Page 17 - RevistaADEMI 53

This is a SEO version of RevistaADEMI 53. Click here to view full version

« Previous Page Table of Contents Next Page »