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Alexandre Schwartsman não é de meias palavras. O economista é conhecido por suas críticas ácidas à política econômica do governo federal. E fala com conhecimento de causa, pois já ocupou o cargo de diretor de Assuntos Inter-nacionais do Banco Central do Brasil entre novembro de 2003 e abril de 2006, além de atuar como economista-chefe dos bancos Santander e ABV Amro Real. Graduado em administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e em economia pela Universidade de São Paulo (USP), Schwartsman é doutor em economia pela Universidade da Califórnia, em Berkeley. De aluno, passou à docência na Universidade de São Paulo (USP), na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC-SP), tornando-se mais recentemente professor do Insper (Instituto de Pesquisa e Ensino).

Colunista dos jornais “Folha de S. Paulo” e “Valor Econômico”, esse paulistano defende a redução dos gastos públicos e investimento, especialmente em infra-estrutura, para tirar o país da estagnação em que se encontra. Sem apelar para a astrologia, como o ministro Guido Mantega que atribuiu o atual momento brasileiro de ‘inferno astral’, Schwartsman prevê aumento de infação e baixo crescimento. Acompanhe a entrevista.

Alexandre Schwartsman - Não. A redução do crescimento resulta essencial-mente de fatores domésticos. Nos últimos 10 anos o crescimento do PIB no Brasil veio do crescimento do emprego, da ordem de 2,3% ao ano, enquanto a produtividade contribuiu com cerca de 1,4% ao ano. Ocorre que o ritmo de crescimento de emprego não é sustentável, visto que a população em idade ativa, que crescia algo como 1,5%-2,0% ao ano emmeados da década passada